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publicado por Nuno Amado, às 13:28link do post | comentar

Woody Allen disse numa entrevista que, se lhe pagassem, faria um filme em Lisboa. De imediato um grupo de cinéfilos com uma costela de promotores turísticos (ou talvez um grupo de promotores turísticos com um rim de cinéfilos – é difícil dizer), se deu ao árduo trabalho de criar uma página de facebook para convencer o neurótico de Manhattan a filmar na Avenida da Liberdade. Vejo aqui uma possível saída para a crise, mas é fundamental pensar em grande. Não devemos ficar-nos pelo Woody Allen. Porque não convencer o Wes Craven, o realizador do “Pesadelo em Elm Street” a filmar “O pesadelo no Centro Comercial Colombo” no qual um grupo de adolescentes, além de serem perseguidos pelo Freddy Krueger ainda tem que encontrar o seu carro no parque de estacionamento. Também creio ser possível persuadir Spielberg a filmar “Indiana Jones e o Oceanário”, onde existira uma cena hilariante em que o chapéu de Indie iria parar à cabeça da foca Amália. E não seria uma boa ideia filmar um James Bond na cidade do Porto, com o Pinto da Costa como vilão, uma bond girl chamada Francesinha e uma fantástica cena de combate em pleno mercado do Bolhão, na qual James Bond defrontaria quatro peixeiras armadas de garoupas? E por falar em cenas de acção, porque não “Rambo na Caparica: Massacre na margem sul”?

 

A ousadia deste movimento não se deve ficar apenas pelo cinema. Vejo grande potencial turístico no “Harry Potter e as queijadas de Sintra”, com o palácio da Pena a fazer de Hogwarts, ou no “Senhor dos pasteis”, onde os Hobbits tomam conta de Belém e o Gandalf, para se manter excêntrico insiste em comer os seus pasteis sem canela. Acredito não ser exagero dizer que as “Cinquenta sombras de Grey” só beneficiariam em ser reescritas tendo como cenário Albufeira e como herói um português de bigode farto e tanga curta que abordasse turistas britânicas com um inglês macarrónico. O título escreve-se sozinho: “Cinquenta marcas de Bikini”. Ofereço-me até para compor a frase de abertura da obra, que, espero, transmita todo o potencial literário que teria tal empreendimento:

 

“-Do you want me to pute da crime? – perguntou o deus dourado resplandecente no sol  do meio dia, com o seu bigode viril e negro ondulando na brisa marítima. José José era o seu nome.”

 

Para dar algum peso intelectual a este movimento, poder-se-ia convidar alguns pintores sem emprego para realizar versões aportuguesadas de obras clássicas. Que bonita ficaria “A Última Ceia” do Leonardo da Vinci tendo como pano de fundo as pinturas rupestres do Alqueva! Poder-se-ia também encomendar uma versão do Guernica inspirada na “Casa dos Segredos”, horror por horror, esta sempre traria um turista ou dois.

 

Uma página do Facebook sempre se faz sem demasiado sacrifício. Cabe agora ao povo luso utilizar a sua famosa imaginação e fazer de Portugal um destino tão apetecível para os artistas como é para a Troika.


http://maufeitio3.blogs.sapo.pt/536843.html?page=1 a minha opinião sobre o seu romance. :) espero que goste.
Cláudia Oliveira a 11 de Dezembro de 2012 às 16:50

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