A decisão de ter um filho é uma das mais importantes que podemos fazer. Alguns casais demoram anos a tomá-la, ponderando sobre quando será a altura ideal, se mais vale esperar que as taxas de juro baixem, que a promoção chegue, que já exista um ou dois primos para que o seu rebento não seja o mais velho da família ou mesmo que Portugal saia da crise.
Alguns dirão que tanta ponderação conduziu à descida da natalidade por (quase) toda a Europa. Em gabinetes, que imagino decorados com fotografias de bebés sorridentes, burocratas produzem relatórios cheios de medidas para aumentar o número de nascimentos. Sou capaz de ter uma solução para lhes oferecer: o futebol.
Nos finais de janeiro de este ano notou-se um aumento de 45% dos partos na Catalunha. Investigando a possível causa deste súbito aumento alguns médicos apontaram o golo de Andrés Iniesta, no último minuto do jogo contra o Chelsea, nas meias-finais da Liga dos Campeões, pouco tempo depois da goleada ao Real Madrid. Tal levou a que os bebés nascidos nesse período fossem apelidados de geração Iniesta.
Tendo em conta este efeito fertilizante que um simples golo pode ter, prevejo que seja possível que daqui a nove meses tenhamos uma geração de Cardozos (Benfica), ou, caso o improvável aconteça, de Meyongs (Braga).
Para quem acha que o mundo tem pessoas a mais, pode sempre consolar-se com o facto de que, graças ao treinador português do Inter de
Milão, não haverá um aumento de partos na Catalunha daqui a nove meses. Por essa região o Mourinho é o contraceptivo mais eficaz.